Nesta quinta-feira (30), o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou dados referentes ao ganho real do salário mínimo em 52,83% desde 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência.
Conforme aprovado pelo Congresso Nacional, em 2011 o salário mínimo passa a R$ 540. Valor este que, considerando a inflação, representa uma perda de 0,55% frente ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do período - o primeiro reajuste sem ganho real desde 2002, devido aos efeitos da crise econômica.
Porém, embora sejam apresentados números que indiquem um aumento real do salário mínimo de 1,19% a 13,04% no período entre 2002 e 2010, não é de hoje, que os trabalhadores sentem o efeito de tentar viver com – como já diz a palavra - o mínimo. E, acreditem, quem conseguiu sobreviver até então, mal sentirá a tal perda no reajuste.
Coloca-se em pauta então, o significado de “salário mínimo”... É evidente, que o custo de vida varia de região para região do país, mas não é preciso raciocinar muito para chegar a conclusão de que R$ 540, seja em qual for o estado ou cidade, não garante o suprimento das necessidades mínimas de um cidadão. Um ser humano deveria receber ao final de cada mês o suficiente para: pagar um aluguel razoável ou o financiamento de uma casa modesta, fazer as compras de mantimentos para todo o mês – repito, todo o mês - , pagar seu plano de saúde – já que o Sistema Único de Saúde não consegue suprir a demanda – e plano odontológico, comprar roupas e calçados conforme necessário e, sem pedir demais, ter dinheiro para o ônibus. Calcula-se, com um tanto de otimismo, que estamos falando de algo em torno de R$1.100.
O que acontece, é que normalmente as pessoas se casam ou, simplesmente resolvem dividir a moradia entre amigos, garantindo a divisão de algumas contas básicas. O brasileiro dá o seu jeitinho e, com força de vontade, consegue levar uma vida razoável dessa forma. Caso contrário, não há como... Sejamos realistas, o aluguel de um apartamento de 1 quarto - modesto - já consome mais de 50% do tal salário mínimo!
A valorização do mínimo nestes últimos 8 anos é um fato. Porém, permanece aquém do obviamente justo. Permanece aquém do nível de desenvolvimento de nosso país. E continuará aquém, enquanto fizermos vistas grossas a “dólares na cueca”, “mensalão”... Chegando a parecer irônico, vangloriar-se de tal melhoria quando, nos últimos dias, vemos na TV reajustes de mais de 50% nos salários de vereadores e prefeitos por cidades desse Brasil a fora...
Nenhum comentário:
Postar um comentário