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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Vizinhos... Quem dá mais???



          Morar “bem” pode, as vezes, significar que você mora “mau”. Sei, parece confuso, mas acredite: se você passasse alguns dias em meu apartamento, entenderia o que quero realmente dizer. Moramos – eu, meu noivo e nosso gatinho – de aluguel. O apartamento em questão foi escolhido por ficar próximo do trabalho e por que seriamos os primeiros inquilinos – além de ser maior que o anterior e ter uma vista privilegiada, claro. Vocês já perceberam que, quando vamos conhecer o possível novo endereço os – também possíveis - vizinhos estão no trabalho? Então, após fechar negócio estamos todos sorrindo e imaginando onde ficarão os móveis – além de todos os detalhes e sonhos de uma nova fase.
          Tudo parece perfeito, arrumado e aconchegante... Aí – e esta parte é muito importante – chegam os vizinhos. Como soube que eles estavam em casa?! Bom, digamos que eles não sejam nada sutis. Se estivesse no Congresso, com certeza trabalharia em um projeto de lei que obrigasse a futuros vizinhos participarem de alguma espécie de curso, assim como temos que fazer para poder tirar CNH – sei que você pode estar pensando “mais uma lei inútil” mas, se pensa assim, você com certeza mora “bem” em todos os sentidos.
          Não sou uma pessoa amarga – acredite. Poderia até ser mais condescendente com a situação, mas para isso eu deveria ter o direito de escolher meus novos vizinhos! Se eles me passassem – através da ótima acústica que percebo existir entre os apartamentos - alguma informação enriquecedora até ficaria grata, sério. Por exemplo, se de vez em quando eles se comunicassem em inglês – pouco provável, tenho de admitir -, se ouvissem boa música – leia-se nada de sertanejo e afins, variações de calipso e por aí vai -, ou dançassem sapateado – ao invés de simplesmente andar como homens de Neandertal.
          É, dramas da vida moderna... Mas fica a dica para a hora de escolher seu novo cantinho: se o proprietário do imóvel – que por acaso foi quem nos mostrou o mesmo – disser que ele mesmo o projetou (pois é engenheiro, apesar de não exercer o metiê), que reaproveitou alguns materiais de demolição na obra e que, acompanhou a execução do projeto de perto para que tudo ficasse perfeito “como se fosse para ele morar”... Opa!!! Alerta!!! Ele estava brincando com você ou – na mais provável hipótese – tendo má fé. Isso mesmo, má fé. Saia correndo – talvez isso seja extremo demais, apenas agradeça e dê as costas sorrindo – e respire fundo. Esse lugar não é para você, acredite!

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