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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fragilidades na execução da Lei Seca...



          Dia desses, fiquei sabendo que dois homens embriagados – altamente embriagados, para ser mais exata – foram flagrados por policiais, passeando de carro na cidade de Porto Alegre e, para que não haja sombra de dúvidas, havia também uma equipe de reportagens da Rede Record, que registrou o ocorrido e o veiculou. A pessoa que comentou comigo o que havia visto no noticiário, ressaltou também que a “dupla de pudins de cachaça” ria do ocorrido para quem quisesse ver. Parece então, que o motorista – apesar de incapacitado pelo álcool – sabia muito bem das brandas leis deste país, já que negou-se a realizar o teste do bafômetro... Após ir a delegacia para os devidos esclarecimentos, foi liberado juntamente com seu “colega de copo”.
          Sim, imagino que você esteja tão indignado quanto eu. Como pode, em uma ocasião como esta, em que haviam flagrante, testemunhas, imagens, etc, alguém ser simplesmente liberado pela polícia?! Pois aí está, ninguém é obrigado a produzir uma prova contra si mesmo. Desta forma, os bebuns saem por aí, com ou sem Lei Seca, devidamente conhecedores de seus direitos e fazem o que bem entendem pois, se por acaso forem parados em uma blitz – caso ainda não tenham sido impedidos por um grave acidente, onde vários inocentes não voltarão para casa -, poderão apenas negar-se a dar a tal baforada.
          O fato, é que a Lei Seca fica “sem efeito” para quem rejeita o teste do bafômetro. E, aqueles que tem o mínimo conhecimento legal, negam-se a fazê-lo. A falta de conscientização é evidente e as brechas na legislação dão margem às atitudes ignorantes de alguns. Em um país onde o respeito pela vida dos semelhantes é fato isolado, onde crimes ediondos são passíveis de defesa através de profissionais pouco ortodoxos – leia-se, “advogados de porta de cadeia” -, fato como este que contei, pode passar como piada em uma roda de amigos, infelizmente. Não podemos nos acostumar com barbaridades, temos que continuar a nos indignar! Se neste momento tudo isso lhe soa distante e você prefere não tomar partido, pois segue as leis – do país e da consciência -, lembre-se que esses canalhas imprudentes não costumam acabar apenas com as próprias vidas quando estão no trânsito, mas também com a vida daqueles que voltam do trabalho, de uma festa, da faculdade, do supermercado, da academia... Globo.com

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